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sexta-feira, 29 de março de 2013

Se és....


Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa; 
De crer em ti quando estão todos duvidando, 
E para esses, no entanto achar uma desculpa; 
Se és capaz de esperar sem te desesperares, 
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso, 
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares, 
E não parecer bom demais, nem pretensioso; 

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires, 
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores. 
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores; 
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando, exaustos, contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!";

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes

E, entre reis, não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, 
Se a todos podes ser de alguma utilidade, 
E se és capaz de dar, segundo por segundo, 
Ao minuto fatal todo o valor e brilho, 
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais - tu serás um homem, ó meu filho!

[Rudyard Kipling]

O Mundo Mudou


E difícil acreditar,
Que o nosso mundo mudou

Posso sentir pela águas

Posso sentir pelos ares

Muita fumaça no ares

Muita lama pelas águas

Uma mulher escreve um livro

E faz romance pornô

Um homem também escreve

E faz romance de amor

Tanto os ares quanto as águas

Mostram a verdade a nós:

Uma verdade que dói

Que este mundo mudou.

BACH: PAIXÃO SEGUNDO SÃO MATEUS


Estamos na véspera da Sexta Feira Santa.


Para lembrar esta data sagrada, o início da "Paixão Segundo São Mateus" de J. S. Bach.


Aqui interpretado pelo inesquecível maestro Karl Richter.

terça-feira, 26 de março de 2013

Pensamento do Dia [VII]:

"Não fiques em terreno plano,
Não subas muito alto.
O mais belo olhar sobre o mundo
Está a meia encosta."

F. Nietzsche.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Canção do Exílio

O mais conhecido poema de Gonçalves Dias (1823-64); do qual a maioria só lembra os primeiros versos.

 “Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 

Nosso céu tem mais estrelas, 

Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 

Em cismar, sozinho, à noite, 

Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 

Minha terra tem primores, 

Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 

Não permita Deus que eu morra, 

Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.”.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Reflexão Oportuna:

Uma reflexão bastante sensata e oportuna sobre a morte prematura do caudilho de Caracas pelo jornalista Jorge Serrão


"Chávez morreu prematuramente – na avaliação de especialistas em oncologia. Sua vida foi encurtada pela crença no milagre comunista. Em vez de ter se tratado nos melhores hospitais de São Paulo, onde a alta tecnologia e a vivência médica de verdade poderiam lhe prolongar a existência, preferiu confiar na enganadora lenda sobre a medicina cubana. Durou menos do que poderia ter durado. Aliás, é impressionante como Chávez foi abduzido pelo “comuno-socialismo” – uma doença mental ideológica degenerativa do caráter, da honestidade e do bom senso.

No começo, Chávez era um coronel do Exército, claramente patriota, que não se conformava com as injustiças e desigualdades na Venezuela – que não usava os petrodólares para um real desenvolvimento. Tentou dar golpes, acabou preso, deu a volta por cima e, nas urnas, conseguiu chegar à Presidência da Venezuela 14 anos atrás. Ao assumir o poder em 1999, o coronel Chávez sofreu uma metamorfose. O caudilho abandonou seus valores militares, anti-comunistas, e foi seduzido – sabe-se lá como – pela ideologia socialista.


Depois que Chávez entrou para o time do Foro de São Paulo, tornou-se um dos maiores aliados de Fidel Castro e virou o maior propagandista do socialismo na América Latina – gerando inveja em Lula da Silva – sempre tido como um “socialista envergonhado”, nunca convicto. Mas o sarcoma comunista acabou fatal para Chávez. Agora, de forma idiota, seu herdeiro Nícolas  que de maduro só tem o sobrenome, tenta vender até a conspiratória tese de que o câncer de Chávez foi engendrado pelos seus inimigos norte-americanos. Ontem, na bravata, até expulsou o adido militar dos EUA."


terça-feira, 5 de março de 2013

Conversa Atualíssima:

Conversa entre Colbert, ministro das finanças de Luiz XIV e o cardeal Mazarino.

Foi há mais de três séculos, mas poderia ter sido hoje:



Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço…

Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!


Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?


Mazarino: - Criando outros.


Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.


Mazarino: - Sim, é impossível.


Colbert: - E sobre os ricos?

Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.


Colbert: - Então, como faremos?


Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!