Não há no mundo quem amantes visse
que se quisessem, como nos queremos.
Um dia, uma questiúncula tivemos,
por um simples capricho, uma tolice.
— "Acabemos com isto!" — ela me disse,
e eu respondi-lhe assim: — "Pois acabemos!"
E fiz o que se faz em tais extremos:
tomei do meu chapéu com fanfarrice;
e, tendo um gesto de desdém profundo,
saí, cantarolando... (Está bem visto
que a forma, aí, contrafazia o fundo).
Escreveu-me... Voltei. Nem Deus, nem Cristo,
nem minha mãe, volvendo agora ao mundo,
eram capazes de "acabar com isto"!
[ARTHUR AZEVEDO]
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