Distante o meu amor, se me afigura O amor como um patético tormento Pensar nele é morrer de desventura Não pensar é matar meu pensamento. Seu mais doce desejo se amargura Todo o instante perdido é um sofrimento Cada beijo lembrado é uma tortura Um ciúme do próprio ciumento. E vivemos partindo, ela de mim E eu dela, enquanto breves vão-se os anos Para a grande partida que há no fim De toda a vida e todo o amor humanos: Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
Fantasiar-se, travestir-se ou se mascarar..beber para "esquecer"..ou, numa fuga do sofrimento diário, escapar da realidade insuportável, só faz sentido para um povo que tem presente um forte senso, tanto moral quando estético, do mundo em que vive... Uma consciência aguda de si mesmo e do seu tempo..que pudesse, por um só momento, justificar essa fantasia..essa sensação de escape e de brincadeira coletiva que o Carnaval pretende ser... Esse não é o nosso caso..nós não podemos escapar da realidade.. Nós sequer sabemos o que venha a significar a realidade no Brasil de 2014... 190 milhões de pessoas...estão doentes...